A chegada do Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira (8), abre espaço para muito mais que homenagens. Essa data traz à tona a discussão a respeito da saúde feminina em todas as suas fases, a fim de compreender de forma objetiva quais as demandas mais importantes de cada faixa etária, as principais dúvidas (e suas respostas), e que tipos de especialistas podem ajudar.
Para isso, a ginecologista e obstetra Fábia Vilarino, coordenadora adjunta de Medicina do Centro Universitário São Camilo – SP, indica o passo a passo da jornada nos cuidados de saúde das mulheres para uma vida longeva. Confira:
Infância
“As principais questões são voltadas à parte de desenvolvimento infantil, ou seja, identificar se o desenvolvimento puberal está acontecendo na fase certa, o aparecimento da mama, dos pelos, e a primeira menstruação”, explica a especialista.
Quem procurar: pediatra.
Adolescência
Vilarino detalha que, durante esse período, é importante a conscientização a respeito das doenças sexualmente transmissíveis – hoje chamamos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) –, além da gravidez na adolescência e cuidados em geral com a saúde reprodutiva.
“A primeira consulta varia muito. Não necessariamente é preciso ir ao ginecologista após a primeira menstruação. Muitas vezes o pediatra com especialização em adolescentes (hebiatra) consegue fazer esse acompanhamento, orientando sobre o ciclo menstrual, higiene e até as questões de introdução sexual”, afirma.
Segundo a médica, a partir do momento em que é iniciada a vida sexual, a jovem precisa ser orientada quanto às doenças sexualmente transmissíveis, quanto à prevenção de gravidez indesejada e cuidados com o corpo. “Não há uma idade específica para isso”, diz.
Quem procurar: hebiatra (pediatra com especialização em adolescentes) e/ou ginecologista.
Vida adulta
“O que está bastante em alta é o planejamento familiar, que é quando a mulher tem vontade de engravidar, mas não está no momento, porque está estudando, trabalhando, se estabelecendo profissional e economicamente, e por isso não pode engravidar no momento. Quando decide engravidar, está na faixa dos 40 anos e a gestação fica mais difícil, com vários riscos. Temos uma ampla discussão quanto à preservação da fertilidade, congelar os óvulos e fazer um bom planejamento de qual será o melhor momento para engravidar”, explica a ginecologista.
Há também doenças ginecológicas como a endometriose, para as quais é necessário ter um alerta e buscar a orientação de um(a) ginecologista sempre que surgirem sintomas como cólica muito forte e dores menstruais ou durante a relação sexual.
“Outra questão desta fase é quando procurar um médico porque não está conseguindo engravidar. Tem a prevenção anual, com a rotina ginecológica de ir ao médico e conversar, fazer exames para identificar precocemente qualquer doença que pode predispor ao câncer (de colo uterino e de mama) e síndromes metabólicas”, pontua. Ela reforça que é preciso avaliar também se a mulher tem algum fator como a obesidade ou predisposição a hipertensão ou diabetes – tudo isso na rotina anual.
Uma das demandas finais dessa fase é a menopausa, que gera dúvidas como o uso ou não de reposição hormonal, como fica a vida sexual, osteoporose, doença cardiovascular, entre outras. As respostas variam de acordo com cada paciente, daí a importância das consultas regulares com o(a) especialista.
Quem procurar: ginecologista.
Terceira idade
“As mulheres passam pelo climatério e pela menopausa, e vivenciam mudanças na fisiologia do corpo que são próprias da mulher, por isso precisam passar por acompanhamento ginecológico para saber lidar com essas mudanças e, inclusive, prevenir algumas doenças”, lembra Vilarino.
As idosas também têm o risco aumentado de alguns cânceres que são mais frequentes entre o gênero, como o câncer de mama e tipos de câncer de órgãos ginecológicos, como o uterino e o ovariano, que podem ser identificados por meio de consultas e exames ginecológicos.
Quem procurar: ginecologista e/ou geriatra.
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