O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, é uma data de extrema importância. Além disso, ela reforça a necessidade de inclusão e acessibilidade em todas as áreas da sociedade. Instituída em 1982, essa data também tem como objetivo conscientizar a população sobre os desafios enfrentados por milhões de brasileiros com deficiência. Ademais, busca promover a igualdade de oportunidades e garantir o respeito aos direitos dessas pessoas.

Portanto, essa luta é contínua e envolve o combate à discriminação, bem como a garantia de políticas públicas eficazes. Assim, o acesso a recursos é fundamental para que essas pessoas possam participar plenamente da vida social, educacional e profissional. No cenário esportivo também é um destaque importante, como as Paralimpíadas de Paris realizadas este ano.

O que é Paraesgrima

A paraesgrima é uma modalidade esportiva adaptada que se originou da esgrima tradicional, visando incluir atletas com deficiências físicas em competições.

Na paraesgrima, os atletas competem em cadeiras de rodas, o que requer adaptações específicas nas regras e no equipamento. Existem três tipos de armas: espada, florete e sabre, e as competições são organizadas em categorias de classe, garantindo que atletas com níveis similares de habilidade se enfrentem.

Nesse contexto, entrevistamos Marcelino Maia, estudante de Nutrição da São Camilo e atleta de Paraesgrima. Confira:

Fale um pouco mais sobre você

Marcelino: “Tenho 22 anos faço nutrição. Estou no 3°semestre, sou cadeirante e nasci com mielomeningocele, que é uma malformação congênita devido à deficiência de ácido fólico durante a gestação. Desde o nascimento, passei por várias cirurgias, então, grande parte da minha vida foi passada em hospitais, fazendo cirurgias, exames e fisioterapia.”

(Foto: arquivo pessoal)

Marcelino gosta de esporte desde criança, aos 10 anos de idade, iniciou no basquete de cadeira de rodas, no Clube dos Paraplégicos de São Paulo. Seguiu com a natação, mas devido a uma cirurgia no joelho, precisou parar por um momento. Em 2018, ele conheceu o projeto no Centro Paralímpico Brasileiro chamado Escola Paralímpica de Esportes, onde começou com vôlei sentado.


Quando se interessou por Paraesgrima?

Marcelino: “Fui atleta escolar nessa modalidade e, depois, fui encaminhado ao tênis de mesa, também como atleta escolar. Também pratiquei atletismo, mas não cheguei a competir nessa modalidade. Em 2021, quando o projeto voltou, fui promovido a outro projeto chamado Reabilitar, na faixa etária de 18 a 35 anos. Me colocaram para praticar parabadminton. Fiquei duas semanas nesta modalidade e, depois desse período, me convidaram a fazer um teste na esgrima. Foi então que conheci meu técnico Ivan Schwantes, coordenador da esgrima.”

O técnico havia falado que Marcelino tinha potencial na esgrima, e ele se identificou com o esporte! Em 2022, Schawantes o chamou para participar de uma competição de esgrima nacional e ele ficou em 13° Lugas. Atualmente, no Brasil, ele encontra-se em 14° lugar na espada ,11°lugar no florete e 15° lugar no internacional sub-23 no mesmo ano que ele foi convocado para tal categoria!

Como descobriu seu interesse pela nutrição?

Marcelino: “Como eu estava treinando, não tinha um nutricionista esportivo. A modalidade demanda muito esforço físico, por isso precisava de uma alimentação adequada para conseguir treinar. Estava procurando um nutricionista que pudesse me acompanhar, mas nenhum queria me atender, pois não tinha entendimento em lidar com pessoas com deficiência. Foi então que fiz o Enem em 2022 e, em 2023, passei no processo seletivo do ProUni com bolsa. Foi uma felicidade, pois lutei muito para conquistar essa vaga. No início, estava apreensivo se conseguiria fazer as atividades.

“Escolhi a São Camilo porque é referência e também escolhi nutrição porque quero ajudar outros atletas com deficiência e também pessoas com deficiência. É muito difícil encontrar um profissional preparado para lidar com essas pessoas, e eu estou representando todas as pessoas com deficiência que muitas vezes não conseguem entrar no ensino superior. Por isso, eu luto por eles. Quando terminar a graduação, sou eu que vou cuidar da alimentação deles, para que todos tenham uma qualidade de vida melhor.”

Qual a importância da paraesgrima e das paralimpíadas para representatividade dos atletas?

Marcelino: “É muito importante porque mostra a força dos atletas, que lutaram para conseguir estar lá e representar o Brasil.

Marcelino Maia, estudante de Nutrição e atleta de esgrima paralímpica, compartilha suas vivências e conquistas nas redes sociais, especialmente em seu Instagram, @marcelino.maiax. Por meio de suas postagens, ele inspira outras pessoas, promovendo a conscientização sobre a inclusão e a importância do esporte.

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