Durante o inverno, as baixas temperaturas não são os únicos desafios enfrentados pela população. A estação, além de trazer desconforto térmico, favorece o surgimento e agravamento de diversos problemas de saúde, especialmente os respiratórios.
De acordo com o Dr. Nilton Gonçalves, pneumologista e professor do Centro Universitário São Camilo, há um aumento significativo na transmissão de vírus como gripe, resfriado, influenza e Covid-19.
Com isso, casos de rinofaringites, pneumonias e agravamentos de doenças pulmonares crônicas, como asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), tornam-se mais frequentes. Além disso, o ar seco e a permanência em ambientes fechados colaboram para esse cenário. “As condições ambientais do inverno criam um ambiente propício para a disseminação desses agentes infecciosos”, explicou o especialista.
Riscos cardiovasculares e impacto na saúde mental
Não são apenas os pulmões que sofrem com a queda nas temperaturas. Por outro lado, os riscos cardiovasculares também aumentam, elevando a incidência de infartos, tromboses, elevação da pressão arterial e estresse no sistema circulatório.
Isso acontece porque, no frio, os vasos sanguíneos se contraem, exigindo mais esforço do coração para manter a circulação adequada. Consequentemente, o sistema cardiovascular sofre maior pressão.
Além dos efeitos físicos, o inverno pode desencadear alterações emocionais importantes. Transtornos como depressão e o Transtorno Afetivo Sazonal (TAS) tendem a surgir ou se intensificar. Enquanto isso, o isolamento social e a menor exposição solar — com consequente redução nos níveis de vitamina D — são fatores que agravam esse quadro.
Doenças de pele também se agravam durante o frio
O ar mais seco e o uso frequente de banhos quentes fazem com que a pele perca parte de sua hidratação natural. Como resultado, há aumento nos casos de dermatite, eczema e ressecamento cutâneo.
Por isso, especialistas recomendam o uso de hidratantes adequados e a redução do tempo de banho com água muito quente. Essas medidas simples ajudam a preservar a saúde da pele, especialmente em pessoas com histórico de sensibilidade dermatológica.
Grupos mais vulneráveis exigem atenção redobrada
Algumas pessoas estão mais expostas aos riscos do inverno. Entre elas, destacam-se idosos, crianças, portadores de doenças crônicas, pessoas imunossuprimidas, desnutridas ou em uso de medicamentos contínuos.
Em grande parte dos casos, a imunidade mais baixa favorece o surgimento de complicações. Portanto, esses grupos exigem cuidados extras e acompanhamento médico constante.
Medidas preventivas são essenciais para manter a saúde no inverno
De acordo com especialistas, medidas simples podem reduzir os impactos do inverno sobre a saúde. Por exemplo, manter ambientes bem ventilados, evitar aglomerações e usar máscaras em locais fechados são atitudes eficazes.
Além disso, a vacinação é considerada um dos pilares da prevenção. “Vacinas contra a influenza, reforço contra a Covid-19, vírus sincicial respiratório e a pneumocócica (para grupos específicos) fazem diferença na proteção individual e coletiva”, reforça o Dr. Nilton Gonçalves.
Para complementar essas ações, a adoção de hábitos saudáveis é essencial: manter boa hidratação, alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e acompanhamento médico fortalecem o organismo e reduzem os riscos.
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