A inteligência artificial (IA) está se consolidando como uma das maiores inovações tecnológicas da atualidade, especialmente no setor da saúde, no qual promete transformar tanto os processos médicos quanto a forma de atendimento ao paciente. No Brasil, no entanto, seu uso ainda enfrenta desafios como a falta de regulamentação e a escassez de profissionais capacitados.
O uso da Inteligência Artificial hoje está direcionado para a última revolução. É o que afirmou o coordenador do curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, Raphael Einsfeld, em entrevista a Novabrasil. Segundo Einsfeld, a sociedade passou pelas revoluções industrial e digital e agora está caminhando para a revolução cognitiva, que se baseia na forma de conhecimento. Assim, a IA tem nos ajudado muito na rapidez e na forma como obtemos informações, especialmente na área médica.
Um estudo da International Data Corporation (IDC) mostrou que 79% das organizações de saúde relatam utilizar inteligência artificial. Além disso, a empresa canadense-indiana de pesquisa de mercado Precedence Research estima que o mercado de produtos e serviços que utilizam IA para a área da saúde deve alcançar o valor de US$ 187 bilhões em todo o mundo até 2030.
Segundo o Valor Econômico, algumas startups japonesas estão lançando serviços de análise médica baseados em IA em países que enfrentam escassez de profissionais da saúde, como Tailândia e Brasil. O objetivo dessas iniciativas é utilizar o conhecimento desenvolvido no Japão para expandir para novos mercados. A Lpixel, uma empresa com sede em Tóquio, está colaborando com a Organização de Comércio Exterior do Japão para introduzir um sistema de suporte ao diagnóstico de tuberculose com IA na Tailândia.
Após a realização de experimentos-piloto, a tecnologia será implementada em unidades de saúde. A empresa planeja disponibilizar o sistema para 100 instalações no Sudeste Asiático e em outras regiões nos próximos três anos, com foco principal na Tailândia. A integração da IA nesse setor está transformando todas as etapas da assistência à saúde, desde a triagem inicial até o acompanhamento pós-consulta. A IA também é capaz de analisar dados médicos, históricos e fatores de risco para prever possíveis diagnósticos, permitindo que pacientes em situação de risco recebam tratamento de forma mais rápida.
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina iniciou, neste ano, uma pesquisa sobre o uso da inteligência artificial na prática médica, com o objetivo de compreender como a IA está sendo incorporada no dia a dia dos profissionais médicos e os impactos dessa tecnologia na sua relação com os pacientes. A Novabrasil tentou obter informações sobre esse estudo, mas até o momento não obteve resposta sobre os resultados da pesquisa.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA BUROCRACIA MÉDICA
O uso de prontuários eletrônicos inteligentes também otimiza a parte burocrática da medicina, permitindo que os profissionais revisem prescrições médicas com mais precisão, o que reduz a margem de erro em interações medicamentosas.
A IA aplicada à saúde não se restringe somente aos médicos; ela pode atuar como um assistente virtual, oferecendo suporte contínuo no dia a dia dos pacientes. A IA pode responder a dúvidas frequentes sobre medicação, esclarecer cuidados pós-tratamento e monitorar a recuperação, garantindo que o paciente receba orientações precisas sem a necessidade de visitas adicionais ao consultório.
Além disso, sistemas de IA estão sendo desenvolvidos para o acompanhamento automatizado de pacientes com doenças crônicas, oferecendo lembretes sobre horários de medicação e consultas. Porém, em alguns casos, essa tecnologia já apresentou informações incorretas que, sem a devida checagem, podem levar a erros de diagnóstico ou tratamento.
REGULAMENTAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO MERCADO DE MEDICINA DO BRASIL
Até o momento da publicação desta reportagem, não existe uma instituição ou órgão que regule as práticas de IA na medicina ou que observe os investimentos no setor. O fato é que os hospitais, de maneira geral, começaram a investir, principalmente em algumas áreas, mas não de forma generalizada.
A inteligência artificial (IA) está se consolidando como uma das maiores inovações tecnológicas da atualidade, especialmente no setor da saúde, no qual promete transformar tanto os processos médicos quanto a forma de atendimento ao paciente. No Brasil, no entanto, seu uso ainda enfrenta desafios como a falta de regulamentação e a escassez de profissionais capacitados.
O uso da Inteligência Artificial hoje está direcionado para a última revolução. É o que afirmou o coordenador do curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, Raphael Einsfeld, em entrevista a Novabrasil. Segundo Einsfeld, a sociedade passou pelas revoluções industrial e digital e agora está caminhando para a revolução cognitiva, que se baseia na forma de conhecimento. Assim, a IA tem nos ajudado muito na rapidez e na forma como obtemos informações, especialmente na área médica.
Um estudo da International Data Corporation (IDC) mostrou que 79% das organizações de saúde relatam utilizar inteligência artificial. Além disso, a empresa canadense-indiana de pesquisa de mercado Precedence Research estima que o mercado de produtos e serviços que utilizam IA para a área da saúde deve alcançar o valor de US$ 187 bilhões em todo o mundo até 2030.
Segundo o Valor Econômico, algumas startups japonesas estão lançando serviços de análise médica baseados em IA em países que enfrentam escassez de profissionais da saúde, como Tailândia e Brasil. O objetivo dessas iniciativas é utilizar o conhecimento desenvolvido no Japão para expandir para novos mercados. A Lpixel, uma empresa com sede em Tóquio, está colaborando com a Organização de Comércio Exterior do Japão para introduzir um sistema de suporte ao diagnóstico de tuberculose com IA na Tailândia.
Após a realização de experimentos-piloto, a tecnologia será implementada em unidades de saúde. A empresa planeja disponibilizar o sistema para 100 instalações no Sudeste Asiático e em outras regiões nos próximos três anos, com foco principal na Tailândia. A integração da IA nesse setor está transformando todas as etapas da assistência à saúde, desde a triagem inicial até o acompanhamento pós-consulta. A IA também é capaz de analisar dados médicos, históricos e fatores de risco para prever possíveis diagnósticos, permitindo que pacientes em situação de risco recebam tratamento de forma mais rápida.
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina iniciou, neste ano, uma pesquisa sobre o uso da inteligência artificial na prática médica, com o objetivo de compreender como a IA está sendo incorporada no dia a dia dos profissionais médicos e os impactos dessa tecnologia na sua relação com os pacientes. A Novabrasil tentou obter informações sobre esse estudo, mas até o momento não obteve resposta sobre os resultados da pesquisa.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA BUROCRACIA MÉDICA
O uso de prontuários eletrônicos inteligentes também otimiza a parte burocrática da medicina, permitindo que os profissionais revisem prescrições médicas com mais precisão, o que reduz a margem de erro em interações medicamentosas.
A IA aplicada à saúde não se restringe somente aos médicos; ela pode atuar como um assistente virtual, oferecendo suporte contínuo no dia a dia dos pacientes. A IA pode responder a dúvidas frequentes sobre medicação, esclarecer cuidados pós-tratamento e monitorar a recuperação, garantindo que o paciente receba orientações precisas sem a necessidade de visitas adicionais ao consultório.
Além disso, sistemas de IA estão sendo desenvolvidos para o acompanhamento automatizado de pacientes com doenças crônicas, oferecendo lembretes sobre horários de medicação e consultas. Porém, em alguns casos, essa tecnologia já apresentou informações incorretas que, sem a devida checagem, podem levar a erros de diagnóstico ou tratamento.
REGULAMENTAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO MERCADO DE MEDICINA DO BRASIL
Até o momento da publicação desta reportagem, não existe uma instituição ou órgão que regule as práticas de IA na medicina ou que observe os investimentos no setor. O fato é que os hospitais, de maneira geral, começaram a investir, principalmente em algumas áreas, mas não de forma generalizada.
A IA E A MEDICINA BRASILEIRA
Segundo o professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Rodolpho de Carvalho, a incorporação de inteligência artificial tem o potencial de melhorar a capacidade de atuação dos médicos, mas não substituir esses profissionais. Isso ocorre principalmente porque os médicos têm uma responsabilidade legal. Em outras palavras, trata-se de uma pessoa física que vai responder por ações profissionais. Logo, a IA está longe de substituir os procedimentos realizados por um profissional humano.
Além disso, Carvalho afirma que, mesmo que a IA consiga demonstrar a melhor capacidade de diagnóstico em alguns aspectos, a função do médico não deve ser substituída. Isso ocorre porque a IA está distante de processos ou de estruturas capazes de integrar toda a atividade do profissional de saúde, que envolve não só o diagnóstico de uma condição de doença, mas também a compreensão do processo de adoecimento, desde sua concepção até o tratamento e recuperação da saúde. Isso vai muito além da capacidade de diagnosticar e definir um tratamento.
“Portanto, o suporte clínico, o apoio e a interação com outros fatores comportamentais e sociais são funções do olhar médico. Assim, as inteligências artificiais vão ter capacidade de melhorar o processo de trabalho e ampliar a produtividade do médico.”
Carvalho também aponta que o Brasil tem um acesso bastante restrito a alguns tipos de especialistas de saúde, além de uma grande concentração desses profissionais nas grandes cidades e regiões metropolitanas. Nesse sentido, ele acredita que a IA pode ajudar a melhorar o acesso, mas será necessário ampliar a capacidade de adoção por parte dos médicos. Ou seja, será preciso ensinar médicos e outros profissionais de saúde a utilizar ferramentas de inteligência artificial para melhorar sua capacidade de trabalho. Dessa forma, é possível que, durante o atendimento, haja uma intervenção mais direta com o paciente, levando em consideração aspectos que são frequentemente negligenciados, como a relação interpessoal, que muitas vezes é relegada devido ao volume de atendimentos.
Outra questão importante que os médicos (e não só eles, mas todos os profissionais de saúde) precisarão entender é o respeito às questões de segurança e legislação envolvidas. Atualmente, tramita no Senado um projeto de lei sobre a regulamentação da IA, que estabelece limites importantes para o uso e o desenvolvimento dessa tecnologia na saúde.
Ademais, o professor conclui que, atualmente, existem grandes incentivos para que esses investimentos aconteçam. O Brasil tem algumas propostas nesse sentido, especialmente na Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA), que oferece uma série de possibilidades de investimento em IA na área da saúde e estimula o investimento de hospitais e universidades no desenvolvimento de estratégias de ação. Isso deve tornar ainda mais evidente o distanciamento da infraestrutura de utilização de IA entre os hospitais públicos e privados do país, o que pode aumentar a desigualdade de saúde.
“Vamos ver regiões metropolitanas com alta capacidade de investimento e, por outro lado, regiões do interior com capacidade limitada de atendimento e investimento, o que pode dificultar o diagnóstico e tratamento.” – Completa Rodolpho Carvalho.
SAÚDE PÚBLICA COM A IA
Segundo o professor e pesquisador do Departamento de Computação da Unesp de Bauru, João Paulo Papa, os investimentos em saúde envolvendo IA dependem muito do poder aquisitivo do hospital. Porém, a maioria dos investimentos em IA nas unidades de saúde estão concentrados nas áreas clínicas.
Papa afirma que muitas empresas ligadas à área da saúde estão contratando o ChatGPT para utilidades no dia a dia dos hospitais. Contudo, depois de algum tempo, percebe-se que os custos aumentam, e para se ter um sistema mais refinado e adaptado aos dados, é necessário um maior investimento em pesquisa.
“Não é simplesmente pagar pelo ChatGPT com qualquer dispositivo da Meta e começar a usar. É claro que haverá um ganho inicial, mas, ao longo do tempo, será preciso adaptar o sistema. Caso contrário, a IA não será muito útil.”
Rodolpho de Carvalho, professor da Unicamp, ressaltou que, nos hospitais públicos, especialmente nas unidades universitárias, já há investimentos sendo feitos nesse setor de inteligência e tecnologia. É o caso dos hospitais da Unicamp, que estão desenvolvendo algumas estratégias para melhorar tanto a gestão quanto a implementação de sistemas de apoio à decisão clínica.
“Temos alguns hospitais federais que utilizam um sistema informatizado de controle eletrônico desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Alguns desses hospitais têm adotado esse sistema como ponto de partida para implementar ferramentas de IA para melhorar a gestão e a aplicação clínica, como diagnósticos mais oportunos, otimização de tratamentos e rastreamento de doenças.”
Segundo Carvalho, a maior parte dos investimentos em IA no setor de saúde está voltada para radiologia, robótica, monitores multiparâmetros e para o desenvolvimento de sistemas e soluções para as populações. No entanto, ele também destaca que muitos hospitais no Brasil ainda não têm condições de investir adequadamente nessa área, pois o desenvolvimento de IA exige profissionais especializados, e essa demanda ainda não é suficiente no mercado.
PROJETOS EM ANDAMENTO NO BRASIL
Einsfeld relatou que as últimas publicações científicas obtidas por meio de IA têm ajudado os profissionais de saúde a terem mais opções de tratamento. A IA tem funcionado como um aliado cognitivo nas decisões terapêuticas médicas, tanto para diagnósticos quanto para opções de tratamentos terapêuticos.
O coordenador de Tecnologia da Informação do Centro Universitário São Camilo, Denis Rodrigo de Lima, afirmou que a universidade possui alguns planos em andamento, principalmente voltados para a administração em saúde, em São Paulo e no Espírito Santo.
Um projeto piloto da instituição, em parceria com a Microsoft Inovathi e Solutions, está trabalhando na construção de uma linguagem de modelo natural dentro do ambiente virtual de aprendizagem. A iniciativa pioneira está sendo finalizada para o curso de Administração de Empresas na modalidade EAD. Ela permite que o aluno interaja com todo o conteúdo pedagógico do curso e com informações relacionadas a secretaria, coordenação, acadêmico e FAQ.
Segundo Lima, o programa está nas etapas finais de validação técnica e tem previsão de lançamento para fevereiro de 2025. Além disso, a Universidade São Camilo está desenvolvendo outras iniciativas, como um banco de questões em parceria com a empresa Questione, que oferece avaliações inteligentes de provas, e um projeto de análise de contratos, previsto para o primeiro semestre de 2025. A universidade também está explorando soluções de produtividade da Microsoft, como a criação de aplicativos simples e a automação de fluxos operacionais.
fonte: O uso da Inteligência Artificial na medicina brasileira – Novabrasil
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