No dia a dia agitado de quem atua ou estuda na área da saúde, encontrar um tempo para atividades prazerosas pode parecer um luxo. Mas, na verdade, cultivar um hobbie vai muito além do lazer: ele pode ser um poderoso aliado no desenvolvimento de mad skills – aquelas habilidades comportamentais que fazem toda a diferença na vida acadêmica e profissional.

O que são as mad skills?

Também conhecidas como power skills ou habilidades humanas, as mad skills estão relacionadas à criatividade, empatia, comunicação, capacidade de trabalhar em equipe, inteligência emocional, resiliência, entre outras competências que não se aprendem apenas nos livros.

Na área da saúde, onde o contato humano, a empatia e a tomada de decisões rápidas são essenciais, essas habilidades são tão importantes quanto o conhecimento técnico.

Como os hobbies ajudam nesse desenvolvimento?

Hobbies são atividades que fazemos por prazer, sem obrigações. E é justamente nesse ambiente livre de pressões que conseguimos desenvolver algumas das competências mais valiosas para a vida profissional. Veja como:

1. Criatividade e solução de problemas

Hobbies como pintura, escrita, música ou até mesmo jogos de tabuleiro e RPG estimulam o pensamento criativo e a resolução de problemas de forma inovadora. Isso é útil, por exemplo, para profissionais que precisam pensar “fora da caixa” no cuidado com os pacientes ou na gestão hospitalar.

2. Foco e disciplina

Praticar esportes, tocar um instrumento ou aprender um idioma exige constância, planejamento e foco — características fundamentais para quem lida com longos plantões, estudos intensos e decisões críticas.

3. Redução do estresse e inteligência emocional

De acordo com a psicologia, atividades prazerosas ativam o sistema de recompensa do cérebro, aumentando os níveis de dopamina e serotonina — neurotransmissores ligados ao bem-estar. Isso reduz sintomas de ansiedade, estresse e até burnout, comuns em profissionais da saúde.

Além disso, hobbies contribuem para o desenvolvimento da inteligência emocional, ajudando a reconhecer e regular as próprias emoções, algo essencial para manter o equilíbrio em momentos de pressão e tomar decisões mais conscientes.

4. Trabalho em equipe e empatia

Atividades em grupo, como esportes coletivos, teatro ou voluntariado, fortalecem a empatia, a colaboração e a escuta ativa — pilares para um bom relacionamento com colegas de equipe e pacientes.

5. Organização e planejamento

Alguns hobbies, como jardinagem, colecionismo ou fotografia, exigem cuidado com detalhes, cronogramas e metas. Isso treina o olhar clínico e a capacidade de se organizar melhor em meio a tantas demandas acadêmicas e profissionais.

A visão da psicologia: equilíbrio emocional e identidade

A psicologia também destaca o papel dos hobbies no fortalecimento da identidade pessoal. Em um meio tão exigente quanto o da saúde, onde muitas pessoas se definem apenas pela profissão, o hobbie ajuda a lembrar que você é mais do que seu jaleco. Isso protege contra crises de identidade profissional, depressão e a sensação de vazio.

Além disso, manter um hobbie é uma forma prática de autocuidado emocional, essencial para preservar a saúde mental e manter relacionamentos saudáveis com colegas, pacientes e consigo mesmo.

Exemplos de mad skills na prática

  • Um estudante de medicina que pratica teatro pode desenvolver habilidades de comunicação e expressão corporal, úteis para tornar explicações mais claras aos pacientes.
  • Uma enfermeira que pratica corrida ou yoga pode ter mais controle emocional e resistência para lidar com plantões extensos.
  • Um fisioterapeuta que toca em uma banda pode aprimorar sua sensibilidade auditiva e coordenação motora, elementos úteis em sua prática clínica.

O equilíbrio que transforma

Conciliar a vida acadêmica ou profissional com um hobbie é também uma forma de praticar o autocuidado. Ter esse tempo para si mesmo melhora a saúde mental, a produtividade e até mesmo a qualidade do atendimento prestado.



Ter um hobbie não é perda de tempo — é um investimento silencioso nas suas mad skills e no seu bem-estar psicológico. Ao desenvolver essas habilidades de forma leve e prazerosa, você se destaca não só como profissional da saúde, mas também como ser humano. E em um mundo cada vez mais automatizado, as competências humanas continuam sendo nosso maior diferencial.

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